Fundação demite médicas que trabalham em UPAs após sindicância que investigou irregularidades em Rio Preto
29/04/2025
(Foto: Reprodução) Três médicas atuavam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Sindicato dos Médicos denuncia falta de defesa e perseguição política por parte da prefeitura. Sindicância da Secretaria da Saúde de Rio Preto termina com três demissões de médicos
Três médicas que atuavam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de São José do Rio Preto (SP) foram demitidas pela Fundação Faculdade Regional de Medicina (Funfarme), responsável pela gestão de profissionais da saúde conveniados com a prefeitura, na segunda-feira (28).
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UPA Jaguaré, em São José do Rio Preto (SP)
Gridania Brait/TV TEM
O caso é um desdobramento da sindicância instaurada pela Secretaria Municipal de Saúde para apurar denúncias de irregularidades na atuação de médicos nas UPAs. Em nota, a prefeitura informou ter repassado à Funfarme os indícios levantados pela comissão de sindicância.
A administração municipal ressaltou que a decisão sobre desligamentos ou reaproveitamento dos profissionais depende da análise de cada caso específico.
"Ao final da sindicância, a prefeitura informou à Funfarme sobre indícios de práticas irregulares. Contratações e desligamentos fazem parte da rotina administrativa, prevista no convênio, sem prejuízo à continuidade dos serviços", diz o comunicado.
A prefeitura também enfatizou que não houve demissões de médicos vinculados ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e que o atendimento nas unidades de urgência e emergência segue normal.
Nota de repúdio
O Sindicato dos Médicos de São José do Rio Preto divulgou uma nota de repúdio criticando duramente a condução do processo.
Segundo o texto, as médicas foram chamadas ao Hospital de Base sob o pretexto de uma conversa no setor de recursos humanos e, ao chegarem, foram surpreendidas com o comunicado de demissão, sem acesso prévio às acusações ou qualquer possibilidade de defesa.
"Essas ações administrativas se revelam movidas por interesses políticos, baseadas em informações parciais e sem o mínimo respeito às garantias constitucionais e ao Código de Ética Médica", afirma o sindicato, presidido pela médica Merabe Muniz.
A entidade também denuncia que a prefeitura teria imposto a demissão à Funfarme, sob ameaça de romper o convênio ou transferir à fundação a responsabilidade integral pelos salários.
"O Sindicato dos Médicos não medirá esforços para garantir que tais práticas de violação de direitos, abuso de poder e perseguição política sejam devidamente levadas a cada um dos órgãos competentes", conclui a nota.
A Funfarme, por sua vez, limitou-se a confirmar as demissões, sem divulgar as razões ou fornecer detalhes sobre o processo.
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